XERTELO - MINAS DOS CARRIS
Caminheiros,
Saímos de XERTELO por volta das 10h20m a caminho das MINAS DOS CARRIS.
Esse era o nosso objectivo.
Partimos com a habitual confiança, mas com a precaução necessária para voltar para trás caso a dificuldade fosse muito elevada. Quando começamos a caminhar estava a chover e o nevoeiro era intenso. O maior problema em caminhar na montanha é sem dúvida o nevoeiro.
Com a ajuda do GPS do Lobo mau lá fomos caminhando.
Como começamos a caminhar muito tarde marcamos uma hora até avançarmos. Ficou decidido que avançariamos até à hora de almoço – 14horas. Caso não tivessemos atingido o nosso objectivo iriamos voltar para trás no fim do almoço. Foi o que aconteceu, mas com o objectivo cumprido. Chegamos às Minas do Carris ainda não eram 14horas.
Saímos de Xertelo pelo lado esquerdo das antenas de telecomunicações, Seguindo o estradão pelo Alto do Facho e Castanheiro do Sinal. Ao encontrarmos um entroncamento viramos à esquerda, e logo de seguida (3metros) virados para a direita em direcção ao Espigão da Lama de Pau, aqui seguimos as Mariolas até chegarmos ao Ribeiro do Penedo. Daqui para a frente o percurso era muito interessante, íamos em direcção à Laje dos Bois, sempre a subir.
Em fins de Fevereiro (27/2) fizemos parte deste trilho, mas com muita neve, e só tinhamos conseguido avistar a Sesta da Lamalonga. Desta vez queriamos ir mais longe. Por isso atingir a Sesta da Lamalonga foi uma boa notícia. Daqui para a frente a chuva (quase) parou, e o nevoeiro levantou totalmente. O que foi bom.
Continuamos com o nosso andamento cada vez mais confiantes, já que a hora que tinhamos decidido parar para almoçar e voltar para trás ainda estava um pouco distante.
Avistar as primeiras casas da lavagem do Volfrâmio foi um alegria contagiante. O nosso objectivo estava tão próximo que dava vontade de acelerar o andamento.
Chegar ao Salto do Lobo foi um tirinho. Chegamos eram 13:50. Objectivo cumprido.
Almoçamos juntos às casas. E fomos ver as vistas mais acima. Conseguimos ver Pitões da Júnias, com a sua capela de São João de Pitões um pouco à frente. Escusado será dizer que nesta altura estava um sol radioso. Mas não muito forte. Estava uma tarde muito agradável para caminhar.
Após uma boa paragem para almoçar, tirar fotos e apreciar a paisagem, seguimos o nosso próximo objectivo: Xertelo.
Agora por uma volta (bem) maior.
Subimos até à entrada das Minas dos Carris (para quem vem da Portela do Homem), seguindo o estradão, até à Ponte das Abrótegas. Antes uns 10metros viramos à esquerda. No estradão vê-se muito bem uma mariola a marcar o início do trilho.
Seguimos pela Lamas de Homem, muito esverdeante, até Maceiras. Daqui a paisagem é soberba. As encostas que nos rodeiam é qualquer coisa única - o Far West do Gerês.
Acompanhamos pelo nosso lado esquerdo o Ribeiro do Couce quase até à Lagoa do Marinho. Antes ainda vimos pela nossa direita o Borrageiro II e as suas minas.
Paramos um bom bocado para reabastecer as forças com um bom lanche e umas trocas de ideias para próximas caminhadas. Estavamos um pouco a baixo das Lagoas do Marinho, e com o estradão à nossa frente.
Depois de um bom descanso seguimos pelo estradão até ao Alto da Sumeira do Meio Dia. Andamos mais um pouco pelo estradão e saímos do mesmo apanhando uma descida bem perto da Corga das Quebradas. Esta descida foi um pouco chata já que apanhamos restos de arbustos queimados, e a descida era um pouco ingrime. Tinhamos que ter muito cuidado para sabermos onde ponhamos os pés. Mas lá conseguimos atingir o Ribeiro e passar para a outra margem. Há um trilho mais ou menos visível até vermos umas enormes mariolas mais à frente. Antes disso ainda passamos por dois prados muito esverdeantes para cavalos.
Daqui para a frente a paisagem era cada vez mais bonita. Ao passarmos a Ribeira de Cabril até ao Cubo de Baixo a paisagem é qualquer coisa soberba. É uma paisagem que marcou todos os caminheiros. Apesar já das longas horas a caminhar a paisagem era como uma vitamina para a alma e para o corpo. Vale bem a pena fazer este percurso nem que seja só para passar por esta parte do trilho.
Xertelo já estava no nosso horizonte. Chegamos por volta das 20h40.
Valeu muito a pena fazer este longo trilho de 24,4km com 10h18m de andamento.
Foi de certeza um dos melhores trilhos que já realizei.
A não perder!
Parabéns a TODOS os caminheiros do UM PAR DE BOTAS.