Águia no Gerês recupera de ferimentos pela segunda vez
Uma águia foi ferida duas vezes por caçadores e por duas vezes foi tratada pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês. Um caso raro que prova a pressão a que são sujeitas estas espécies, disse à Lusa o veterinário do parque. "A águia, contra todas as expectativas, está viva, mas ficará com a capacidade de voo muito afectada. Dificilmente voltará a voar", disse à Lusa Nuno Santos, o veterinário responsável pelo Centro de Recuperação de Aves do Parque Nacional da Peneda-Gerês. A história da águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), identificada com a anilha oficial M030886 e a quem nunca ninguém deu nome, é uma "história trágica com sucesso", referiu o veterinário, que tenta novamente ensinar a ave a voar. Os técnicos do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), tomaram pela primeira vez contacto com esta águia no dia 22 de Dezembro de 2007. Recolhida na freguesia de Águas Santas, foi entregue à GNR, que a deixou aos cuidados do veterinário do PNPG e o relatório clínico não foi nada animador. "A águia tinha sido atingida por caçadores com cinco chumbos e a asa esquerda fracturada", recordou Nuno Santos. Após uma cirurgia ortopédica para a consolidação da fractura óssea, foi libertada a 4 de Junho de 2008. "Normalmente, depois de libertadas, não voltamos a ter contacto com as aves, apesar de estarem anilhadas e identificadas", frisou o veterinário do PNPG. Mas foi uma águia frágil e doente que António Jorge Silva, mecânico de Moure (Póvoa do Lanhoso), encontrou no dia 18 de Outubro de 2008: "Estava na berma da estrada. Meti-a na mala do carro e, como vi que estava anilhada, entreguei-a na GNR." No segundo internamento, os ferimentos, também provocados por disparos de armas de caça, eram ainda piores do que os primeiros. "Tinha nove chumbos no corpo e a asa direita fracturada", disse o veterinário Nuno Santos. Mais de um ano após ter sido ferida pela primeira vez, a águia está agora num "túnel de voo", uma estrutura em rede, com 50 metros de comprimento, oito de largura e quatro de altura, a fazer "musculação".
Fico sempre muito triste e muito revoltada com histórias dessa natureza...espero que a bicha se recupere e que tenha a sorte de nunca mais se cruzar com esse tipo de anafados....Por mim ...aplicava-se a lei de Talião...Olho por olho....Dente por dente.