Caminheiros, No próximo sábado (dia 28 de Maio) iremos (tentar mais uma vez) subir aos Carris, pela parte espanhola e descer pelos Carris portugueses. É um percurso MUITO LONGO. SÓ quem estiver BEM preparado fisicamente, é que deve participar. Conto com VOCÊS... às 7:30 no parque da FEUP. Aqui vai a descrição feita pelos "AMIGOS da CHÃO": O nosso percurso iniciou-se na Vila de Vilameá, situada a 400 m de altitude, na proximidade de Lóbios. Atravessamos as suas ruas estreitas até uma fonte, onde tomamos à esquerda, o estradão que nos conduziu até à Ermida da Virgem do Xurés. Durante a subida pudemos contemplar o belo vale que recolhe as águas da serra, que desde sempre foram aproveitadas pelos moinhos, que foram sendo restaurados pelo Parque Natural, podendo-se ver alguns ainda em funcionamento no troço da rota do Rio Vilameá. A Ermida da Nossa Senhora do Xurés dedicada à Virgem do mesmo nome, que foi edificada pelos veciños de Riocaldo tem 600 anos, (segundo conta a tradição no lugar em que a Virgem apareceu várias vezes, ordenando a construção de um lugar de culto) quando ainda se organizavam como uma pequena república de montanha, regendo-se pelas suas próprias leis comunitárias. Nesta Ermida celebra-se uma romaria muito popular todos os anos no dia 15 de Agosto e o 8 de Setembro. Desde este ponto observa-se uma impressionante panorâmica da Serra de Stª Eufémia e o Vale do Rio Caldo. Depois da costumada foto de grupo nas traseiras da Ermida, começamos a penosa subida pelo trilho que nos levou até à Ponte de Porta Paredes, onde cruzamos o rio Vilameá, para continuar pela margem direita do mesmo, começando a subida pelo antigo caminho utilizado pelos trabalhadores da Mina das Sombras para a subida de diversos materiais. Na vegetação que podemos observar durante o percurso, domina como noutras partes do Parque Natural, giestas, urzes e carquejas, além da vegetação de ribeira, associada ao leito do rio. Durante o subida pudemos contemplar as imponentes formações rochosas característicos desta serra como a de "Baltar" e "O Fitoiro" com altitudes de 1100 e 1170 metros respectivamente. As Sombras adquiriram uma grande fama devido às suas minas de Volfrâmio (filões de quartzo com Volframita negra) que se exploraram intensamente durante a segunda Guerra Mundial, devido à sua escassez e elevado preço. Uma grande quantidade de trabalhadores deslocou-se em busca do apreciado metal, onde ainda podem ver-se as rudimentares casas utilizadas como improvisadas vivendas e posto de guarda, durante a exploração das minas, como restos dos sonhos de riqueza abandonados. Outros minerais que se podem encontrar nas Sombras são a molibdénio e o berílio de cor vermelho azulado, sem esquecer a exploração do ouro que fizeram os romanos nestas serras. Depois de uma volta pelas instalações da mina, onde ainda se podem ver as vagonetas e maquinaria abandonada, descemos até ao estradão florestal, onde nos esperavam os mais cansados, que não tiveram força ou coragem para a subida à mina. Fez-se então a necessária pausa para reabastecimento, em que se aproveitou para um breve descanso e se decidiu fazer o regresso pela Portela do Homem. O regresso fez-se pelo belo, mas extenso estradão florestal que liga a Mina das Sombras à Portela do Homem. Começamos então a descida ao longo do Rio Caldo, seguindo trechos da Geira Romana Via Nova, até atingir mais abaixo as Termas de Riocaldo, designadas de Aquis Originis, instalada nas proximidades da fonte termal. Depois de uma pequena pausa para ver as polémicas obras de restauro das termas romanas, em que se destaca o sistema da aquecimento que consistia em câmaras construídas no subsolo, alimentadas com as águas termais, continuamos na direcção de Vilameá, passando pela enorme Estância Termal de Riocaldo - Caldaria, agora totalmente remodelada. O Balneário está unido ao Hotel e os dispões dos tratamentos praticados nos balneários de Arnoia e Laias. Contam com águas bicarbonatadas sódicas, cloradas, de fraca mineralização e hiper-termais , que se podem administrar por via tópica ou oral depois de ser submetidas a um processo de esfriamento. As águas de Riocaldo estão especialmente indicadas para processos crónicos digestivos, respiratórios, reumatológicos, dermatológicos e curas de diureses. Para além disso, as características destas aguas são aconselhadas para os tratamentos estéticos e curas de stress. Foi um extenso percurso de 32,1 Km que nos deu a conhecer aos 35 participantes um dos mais belos locais do Gerês Xurés.